Já faz algum tempo que a regra nas empresas tornou-se a seguinte: “fazer melhor, mais rápido e mais barato”. Em conseqüência disso, os próprios departamentos jurídicos sofrem, diretamente, a imposição desse regramento de mercado, o que gera uma brutal pressão por redução de custos em seus orçamentos. Contudo, a mera redução de gastos da área jurídica não é suficiente, pois é necessário manter a “melhor” e a “mais rápida” prestação dos serviços jurídicos aos clientes internos, ou seja, fazer mais com menos. Eu diria, portanto, que há um grande desafio a ser vencido pelos departamentos jurídicos brasileiros na busca do alinhamento da sua gestão à regra de competição acima referida.
Ao estudar um pouco sobre o tema, encontrei o primeiro conceito essencial a ser compreendido e aprendido pelos diretores jurídicos e sua equipe: convergência. Mas o que significa exatamente isto? Convergência trata-se da redução, por parte do departamento jurídico, do número de escritórios prestadores de serviços, a fim de manter somente aqueles de valor estratégico para o bom andamento das questões jurídicas da empresa. Isto significa manter o mínimo essencial de escritórios de advocacia para reduzir as despesas da área jurídica da empresa com o aumento da qualidade do serviço jurídico prestado tanto pelo próprio departamento jurídico como pelas bancas de advocacia a ele submetidas.
Da convergência devem decorrer algumas vantagens, como a própria negociação de honorários mais favoráveis, porquanto concentrar gastos e serviços em um menor número de escritórios pode gerar os chamados ganhos com economia de escala. Isto significa que quanto mais um escritório de advocacia recebe serviços de um único departamento jurídico, maior a probabilidade de repetição e de padronização do trabalho executado que pode gerar ganhos de eficiência à banca contratada e, conseqüentemente, reduzir significativamente os custos envolvidos na prestação do serviço jurídico.
Ademais, a redução dos prestadores de serviço também facilita a gestão dos escritórios externos por parte do departamento jurídico, pois é possível: 1) aprofundar relacionamento com a assessoria jurídica externa; 2) padronizar as rotinas de revisão de cobrança de honorários; 3) diminuir o número de reuniões e contatos necessários ao bom andamento do trabalho; e 4) desenvolver escritórios com melhor conhecimento do negócio da empresa.
Implementar com sucesso um projeto de convergência passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de uma mentalidade e de um comportamento interno de convergência. Isto requer a manutenção de registros financeiros, não financeiros e dados precisos sobre o trabalho dos escritórios externos. Buscar, gerar e arquivar tais informações deve ser um hábito interno do departamento jurídico, pois sua utilização será vital tanto para uma precisa tomada de decisão referente ao enxugamento do número de prestadores de serviços externos como para justificar a dispensa destes ao comando interno da empresa e aos próprios escritórios dispensados.
Enfim, a atitude de convergência significa aplicar o conceito do “melhor, mais rápido e mais barato” no dia-a-dia do departamento jurídico, ou seja, os advogados internos devem pensar e executar o comportamento de qualidade e eficiência em sua rotina diária.
Apenas para constar, já selecionei algumas práticas que podem auxiliar na criação do comportamento de convergência e na análise robusta para o suporte da decisão de convergência. Abordarei tais questões em futuras postagens sobre o assunto neste blog.
Um comentário:
preciso com urgência de contacto via e.mail do vosso departamento jurico.
pois fui vitima de fraude,ao me levantarem ,por via de clonagem do meu cartão multibanco.
beto.morgado@hotmail.com
nif-133145204
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